terça-feira, 29 de julho de 2008

O Novo Homem

Um céu de julho em Rondônia

Faz tempo que esse assunto me rodeia em filosofias de boteco, entrevistas, matérias, exemplos vivos... Falo de um tipo masculino da atualidade, sem nomes, definições ou apelidos. Ele é sensível, não gosta de coçar o saco na frente dos outros e passa longe do estereótipo machista. E ele, absolutamente, não é gay.

O que mais me tristemente comove neste assunto não é o fato desses homens estarem se libertando das amarras machistas, pois isso, pra mim, é normal, é evolução. Mas, a realidade de que muitas mulheres estão recebendo isso com preconceito. Aliás, elas não estão nem recebendo (rs.).

Esse novo tipo de homem, que tenho prazer de apontar na minha agenda telefônica mais amistosa, é, contraditoriamente, o que eu já ouvi muita mulher desejar. Eles interessam-se por moda e estilo, ou pelos menos se vestem bem, gostam de cuidar da casa, não acham que design de interiores é coisa de... (deixa pra lá), não abominam discussão de relacionamento, vulgo e temido DR, e não se importam de assistir uma comédia água-com-muito-açúcar com a namorada (gostar também já é demais...).

Esse novo tipo, mesmo gostando de futebol, não acha que é a coisa mais importante do mundo, ainda mais acompanhada de uma picanha mal passada com um dedo de gordura escorrendo (que ele limpa na toalha da mesa ou no calção). Ele preocupa-se com o colesterol e a alimentação em geral. Receber boa indicação sobre o próximo cabeleireiro que irá freqüentar, para que não tenha problemas. Preocupa-se com a pele e usa filtro solar. Lê sobre tudo. Gosta das artes. Sabe ir ao mercado, fazer uma boa compra e dizer se o quilo da banana maçã está muito caro.

God! Quantas vezes eu já ouvi – e tenho certeza que você também – reclamações acerca da grosseria masculina, da falta de tato com assuntos da casa, da acusação de futilidade quando o assunto é cuidar da beleza e do corpo? Perco a conta, inclusive dos “etc” que poderiam surgir antes da interrogação. E nem me interessa mais contar. Agora começo a anotar na caderneta coisas do tipo “ah, ele se veste bem, cozinha e não sai pegando todas, só pode ser gay!”. Ok, ele pode ser sim, da mesma maneira que pode não ser. Então, sem preconceitos.

Acho que a grande questão é que as mulheres ainda estão aprendendo a receber o novo homem. Elas esperam o tipo machão viril, que pisa e pega firme (“God!” de novo, rs.), e que jamais saberia escolher um shampoo bom pro seu cabelo. É o hábito... Habitualmente elas esperam um tipo do qual irão fazer as mesmas reclamações de todo o sempre. Se o sexo for muito bom, perdoável – dirão.

Quando disse que o novo homem não tem apelidos, menti. Eu o dei um, Homem-Fêmea, mas escondi com receio de parecer pejorativo. Mas, agora, acho conveniente dizer. Pois, enquanto isso, na sala de justiça, surge uma nova classe feminina que pode dar muito certo com o Homem-Fêmea: a Mulher-Macho. É ela quem vira e dorme depois de você-sabe-bem-o-quê. E é ele quem fica puto. Mas, essa é história para outro capítulo.

O mundo é uma divertida e louca história.





Um comentário:

Ricardo Soares disse...

o novo tipo de homem tem que se reinventar todo dia...estive na sua cidade participando da intecol e ainda registrando a viagem dos cientistas pelo pantanal... foram 15 dias de muito calor , muita alegria e muito trabalho... bjs...