terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Olhares de (des)encanto


Esse é o Camilo. Típico “filho do caseiro”. Pouco conhece além das porteiras. O mundo dele é inocente. Só sorrisos. E um brilho nos olhos que palavras ou lentes jamais poderiam descrever.
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Outro dia, apressada e cheia dos problemas que a gente inventa, ignorei uma criança que me gritava, de longe, querendo “cuidar do meu carro” quando estacionei na rua. Alguns minutos depois, quando voltei ao carro, o menino pedia, furioso, pelo seu dinheiro, digno de seu serviço. Reclamava, impetuoso, por eu não ter atendido aos seus gritos vindos da esquina de cima, sentado em um meio fio. Não dei um tostão. Bati porta. Liguei o carro. Ele colocou os pés sob o pneu dianteiro, petulante, orgulhoso e destemido. Eu fui firme. Ele ameaçou e praguejou, revelando minha sorte por ele não ter nada ali com o que pudesse me fazer mal. Mas, de alguma forma, o fez. Ele não tinha o olhar encantador do Camilo. E era só uma criança.

3 comentários:

Ricardo Soares disse...

dio mio!!! só por vc falar de japaratinga nas alagoas já fico freguês do blog... japaratinga é um dos mais belos recantos do litoral brasileiro que já conheci...bj
vida longa ao blog

Anônimo disse...

Essa é de doer, amiga. Postei no meu blog sobre essa inocência também... É de chorar.

o ilusionista disse...

ai amiga
me emocionei agora
azarrô gata
ficou lindo